Sábado, 7 de Janeiro de 2012

12 Wishes - Addicted to chaos I

Apedrejada pelo mundo, brindo-me com uma psicologia misericordiosa adoptada apenas por mim.
Combato a quimera da minha própria consciência, que luta dolorosamente para me provar que o universo que eu conhecia a muito deixou de rutilar, que luta para me provar que tudo não passam de delírios e eu sou apenas mais uma doente hipocondríaca com graves problemas psicológicos, uma criatura que precisa de ser urgentemente bombardeada com a realidade do universo em que vive.
Vencida? Os muros que criei revestidos por uma singularidade única vagarosamente se derrubam e deixam entrar brechas soltas da fragrância  que é a actualidade.
A minha amarga realidade é lentamente devorada, imploro por indulgencia, mas sou agredida por um vazio devastador.

Vencida? De forma nenhuma, ainda oscilando entre a fantasia e a realidade, a razão suplica por uma cura, um tratamento. Nego ate ao fim, preferindo apunhalar-me com uma adaga a tratar com clemência aqueles que me trataram como uma cobaia, cadáver contaminado sem necessidades que devia ser enterrado numa sepultura o quanto antes, um corpo morto pronto a ir para o túmulo
Vencida? Vou apodrecendo, prisioneira intransigente, que se corroi diariamente com pensamentos insanos que a empurram para um abismo cada vez maior.
Vencida? Não ...
Sinto o solo trepidante debaixo dos meus dedos descobertos, êxito durante uns meros segundos mas acabo por continuar a caminhar, por fim, já enfraquecida com uma vontade e necessidade imensa de repousar olho para baixo e avisto o mar, mais magnifico e chamativo a cada segundo, sinto-me prestes a deixar aqueles que me quiseram linchar, executar-me pelas suas próprias mãos ... Penso se realmente valera a pena.
Vencida? Jamais ...

Apenas farta, saciada de pensar que o dia de amanha pode vir a ser diferente e acordar afogada na decepção da falta de uma mudança evidente, saturada de andar sempre na mesma estrada, de não sair do mesmo lugar.
Pronta para entrar num mundo só meu tomo os últimos narcóticos que encontro no meu bolso direito.
Retiro com ligeireza o casaco cinza de algodão que me traz recordações alegres da minha infância, e num movimento instantâneo retiro o vestido branco com pequenos rasgões que me custa a sair.. tapo num breve impulso o nariz.
Já de pé sinto o corpo tombar em direcção ao mar, os meus poros exalam uma singular sensação de felicidade enquanto sinto o meu corpo falecer aos poucos, vou ficando sem ar e tento ao máximo imergir, tarde demais, o meu punho serrado desde o inicio vai se soltando, vou desaparecendo...
Vencida? Nunca ...

 

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Texto de Care About Yourelf às 22:47
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De Raparigas e as suas Coisas a 13 de Janeiro de 2012 às 23:06
o teu blog e lindoooo! gosto mesmo muito.

quando puderes passa no meu
http://raparigaseassuascoisas.blogs.sapo.pt/

beijinhos


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